Enquanto caça, Llewelyn Moss, personagem vivido por Josh Brolin, encontra, no meio de corpos caídos e um carregamento de heroína, uma maleta com dois milhões de dólares. Ele sabia que ao pegar o dinheiro seria perseguido, mas não contava que fugir de Anton Chigurh seria uma tarefa tão difícil. Contratado pelo chefe da operação criminosa, Chigurh, interpretado pelo espanhol Javier Bardem, tem o objetivo de transformar o caçador em caça. Com uma arma de ar comprimido como instrumento de trabalho e um corte de cabelo peculiar, ele deixa um rastro de sangue por onde passa.
A caçada é marcada pela frieza do caçador. Javier Bardem soube de uma forma magistral passar para o público toda a carga de sentimento, ou a falta dele, que o personagem possui.Além do gato Chigurh e o rato Moss, a história tem o xerife Bell, interpretado pelo veterano Tommy Lee Jones, que transmite para o espectador, apenas com o olhar, toda a apatia de um ser humano cansado e acomodado com a vida, sem perspectiva de alcançar melhores resultados. Apesar de não participar diretamente de nenhuma das ações, ele é peça fundamental para o western contemporâneo.
É em um ambiente hostil, como a fronteira do Texas com o México, que a história se desenvolve. Tão seco como a vegetação local são os personagens em suas atitudes. Para enfatizar essa hostilidade e rigidez, os irmãos Coen produziram um filme sem trilha sonora. O longa, aparentemente, trata apenas de uma perseguição entre um assassino psicopata e um caçador assustado, mas também mostra a nostalgia de um xerife ao relembrar como antigamente era possível proteger a sociedade sem ter que, necessariamente, derramar sangue.
Os fracos não tiveram mesmo vez para Ethan e Joel Coen, que foram felizes na escolha do elenco. Brolin, Jones e Bardem formaram o trio perfeito, com atuações fortes, mas o destaque fica, é claro, com o espanhol. Seu talento já conhecido de filmes anteriores como “ Carne Trêmula”, de Pedro Almodóvar, e “Mar adentro”, deAlejandro Amenabár, apenas foi confirmado em “Onde os Fracos não têm vez”. O longa ganhou o Oscar de 2008 como melhor filme, direção, roteiro adaptado e ator coadjuvante para Bardem. Quem assistir ao filme vai notar que de coadjuvante Bardem não tem nada, e merecia ter sido indicado como ator principal. “Onde Os Fracos Não Têm Vez” certamente vai se tornar um clássico ao lado de filmes como “Era Uma Vez No Oeste”, de Sérgio Leone, e “Os Imperdoáveis”, de Clint Eastwood.
Confira uma das cenas do Longa:
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