Assassinato, religião e fanatismo


O assassinato do Cartunista da Folha de S. Paulo Glauco Villas Boas (53) e do filho Raoni Villas Boas (25) está gerando polêmica em todo o Brasil. A morte com 4 tiros a queima roupa mistura religião e fanatismo. O crime aconteceu em Osasco, na sede da Igreja Céu de Maria praticante da religião Santo Daime, no dia 12 de março. O acusado é o estudante e freqüentador da igreja, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes (24). Cadu assim como é conhecido foi encontrado na Ponte de Amizade, em Foz de Iguaçu, três dias depois do crime quando tentava fugir com um carro roubado para o Paraguai.
O motivo do crime gera dúvidas e alucinações por parte do acusado. Segundo o que a polícia investigou, Cadu queria provar ao irmão que ele era Jesus Cristo. Para isso ele precisava da ajuda do mestre, Glauco. Foi neste momento que tudo aconteceu. Segundo relatos o estudante foi a sede da igreja, ao qual estava proibido de frequentar, pois estava com problemas disciplinares, e tentou convencer o cartunista a ir a casa dele. Não aceitando a proposta, uma discussão teve início. O filho Raoni, que chegou no momento em que Carlos apontava a arma para o pai, se assustou com o que viu e tentou ajudar ao pai. Já era tarde, pois neste momento ele foi baleado.
Cadu fugiu em um carro Volkswagen Gol com o cúmplice Felipe Oliveira Lassi (23). A testemunha do assassinato nega a participação no caso. Ele se apresentou a polícia no domingo do dia 14 de março junto com um advogado. Felipe disse que foi obrigado levar o Cadu ao local, o amigo tinha ligado para ele convidando-o para sair, no momento que o rapaz entrou no carro ele apontou uma arma para a cabeça dele. Logo após o depoimento Lassi foi liberado e aguarda a ação em liberdade.
A mulher de Glauco relembra toda a história no depoimento que fez na segunda-feira, dia 15. Segundo ela Cadu tudo aconteceu rapidamente. E o colega do acusado estava com os olhos arregalados logo após os disparos e ajudou o rapaz a fugir do local.
Ainda há suspeitas e investigação da polícia sobre o caso. Carlos Eduardo Nunes continua preso até ser feita a sentença. No dia em que foi preso em Foz de Iguaçu, Cadu disparou, com a mesma arma do crime, contra os polícias e feriu um no braço. No interrogatório ele confessou diante de todos da imprensa que ele é o autor das mortes. “Foi eu. Foi eu”gritou ele com os olhos arregalados, para as câmeras de televisão. “To com uma arma na mão, no meio do mato, apontando a arma para um cara famoso. Os caras vão me condenar à morte aqui no Brasil. Aí eu peguei e falei: Você fudeu com a minha vida. Demorou, vou fuder com a sua também. Aí atirei nele”tentou explicar quando perguntaram a ele o porque fugiu e porque matou o cartunista.

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